CicloRio prevê conexões das bicicletas com BRT, VLT, barcas, metrô e trem, além de um total de 1.000 km de ciclovias operacionais até 2033
A Prefeitura do Rio de Janeiro apresentou manhã desta quinta-feira (9) o Plano de Expansão Cicloviária – CicloRio. O objetivo é estimular cada vez mais o uso da bicicleta como modo de transporte, ao interligar a cidade e facilitar a conexão aos centros de bairros a grandes equipamentos urbanos e, sobretudo, à rede de transportes de média e alta capacidade.“Esse plano tem o objetivo de dar um norte. Ao mesmo tempo, estamos atentos às demandas e pressões estabelecidas pela sociedade, e isso é muito importante. Na Zona Oeste, vemos muitas pessoas usando bicicletas nas estações do BRT Transoeste. Nas novas estações, sejam as que estamos construindo ou reformando, teremos bicicletários. Isso irá permitir que a pessoa utilize a bike e pegue o BRT. Também trouxemos de volta o trabalho de manutenção das ciclovias, várias estão sendo recuperadas. O uso das bicicletas, além do impacto no trânsito, traz saúde e ajuda o meio ambiente”, afirmou o prefeito Eduardo Paes.
Para atingir os objetivos do plano, foi feita revisão da Rede de Mobilidade por Bicicleta (RMB), prevista nos estudos desenvolvidos para o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável do Município do Rio de Janeiro (PMUS-Rio). O CicloRio está alinhado com a campanha global Cidades Pedaláveis, do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), da qual o município do Rio participa como uma das cidades líderes.
O objetivo da campanha é ampliar e unificar importantes iniciativas ligadas à mobilidade por bicicleta, para garantir que este modo de transporte se consolide como opção segura, acessível e com emissão zero. Para isto, as cidades líderes devem se empenhar em projetar e instalar infraestrutura, adotar políticas e destinar recursos para que as pessoas vivam perto de estruturas cicloviárias.
O plano vai orientar as ações da Prefeitura nos próximos 10 anos e prevê até 442 novas ligações, o que representa até mil quilômetros a mais de rede em toda a cidade.
“Essa é uma demanda histórica dos ciclistas, que pediam um plano estrutural para a expansão cicloviária no Rio. Além disso, tivemos um aumento do uso das ciclovias por conta da pandemia e com os novos hábitos de entrega, em que temos mais trabalhadores usando as ciclovias. O que queremos é a qualificação da rede existente, propor uma rede e, por meio da participação popular, qualificar o que é prioridade para a população”, disse a secretária de Transportes, Maína Celidonio.
Participação popular – Entre os meses de abril e maio de 2022, a SMTR e a CET-Rio realizaram oficinas para discutir o CicloRio com moradores de todas as regiões da cidade. Numa enquete virtual, os participantes foram ouvidos sobre as principais necessidades das infraestruturas cicloviárias existentes nessas regiões e sobre os novos trechos propostos para cada área, a serem executados nos próximos anos. As contribuições recebidas da população foram fundamentais para a consolidação do trabalho.
Cerca de 150 pessoas compareceram às oficinas e encontros presenciais. Também foi realizada oficina com entregadores que utilizam a bicicleta como instrumento de trabalho para coleta de percepções e sugestões de melhoria na rede cicloviária. A pesquisa virtual, realizada por meio da plataforma municipal Participa.Rio, contou com a contribuição de 2.782 pessoas.
“A participação popular é fundamental porque só o olhar técnico não reflete o que temos na rua. Ouvimos os ciclistas, os entregadores e priorizamos rotas. A ideia também é que as pessoas possam usar a bicicleta como parte de um trajeto, por isso fizemos a conexão com as estações de maior capacidade de transporte. A entrega por bicicletas é muito mais vantajosa do que uma moto. Reduz os veículos na rua, poluentes. Então, a pessoa está trabalhando e cuidando da saúde ao mesmo tempo”, declarou o presidente da CET-Rio, Joaquim Dinis.
Implantação de 30 km de infraestrutura cicloviária em 2022
No auge da sua implantação, a rede cicloviária do Rio de Janeiro somou 457 km de infraestrutura. Em 2021, a cidade passou a ter como meta estratégica conectar as estações de transporte público com a malha cicloviária a fim de permitir que as pessoas possam optar pelo uso da bicicleta na sua jornada diária, de forma segura, como principal modo de transporte ou associado ao transporte público.Em 2022, foram implantados 30 km de novas ciclofaixas e ciclorrotas, distribuídas pelas cinco áreas de planejamento da cidade, que conectam 55 estações. Foram contemplados os seguintes bairros: Barra da Tijuca, Benfica, Campo Grande, Cascadura, Catete, Centro, Cidade Nova, Engenho de Dentro, Flamengo, Gamboa, Glória, Inhaúma, Ipanema, Santo Cristo, São Conrado, São Cristóvão, Saúde e Vila Militar.
A meta da cidade é conectar 100% das estações de transporte de média e alta capacidade (BRT, VLT, trem, metrô e barcas) à rede cicloviária até o fim de 2024.