Cerca de 40 cabras e ovelhas serão as responsáveis por comer a erva que cresce entre os paralelepípedos do famoso piso de pavés da prova
A organização da Paris Roubaix, uma das provas de ciclismo de estrada mais famosas do mundo, arrumou um jeito tão curioso quanto eficaz de manter limpo o famoso trajeto de pavés que dá fama ao evento.Para reduzir o risco de acidentes com as bicicletas decorrente de derrapagens, a Amaury Sport Organisation (ASO), gestora da Paris-Rubaix fará uso de quarenta cabras e ovelhas, encarregadas de comer a erva que cresce entre os paralelepípedos do bosque de Arenberg, para que o trecho esteja em perfeitas condições até abril, quando a prova terá início.
Conhecida pelo ‘simpático’ apelido de Inferno do Norte, a Paris-Rubaix é considerada uma das provas de ciclismo de estrada mais difíceis do calendário das chamadas Clássicas. Realizada no norte da França, próximo a fronteira com a Bélgica, a prova é conhecida pelo clima adverso e pelo temido piso irregular de pedras, conhecido como pavé.
Considerado um dos trecho críticos da prova, o bosque de Arenberg é bastante escuro e úmido, além de ser fechado para automóveis. Sob essas circunstâncias, a erva que nasce entre as pedras cresce muito mais vigorosa e rapidamente, dificultando a transposição e aumentando o risco de quedas com a bike.
De acordo com o designer de percurso da ASO, Thierry Gouvenou, é a primeira vez que se opta por esta curiosa solução, uma alternativa ecológica ao uso de herbicidas e podas mecânicas.
Além da solução ‘verde’, o uso de cabras na limpeza do percurso pretende também apoiar a tradição e a economia da região. As cabras pertencem à organização beneficente Espoir Avenir, que utiliza espécimes da raça francesa Poitou, além de alguns carneiros Boulonnais.
O serviço de ‘poda’ feito pelos animais teve início em fevereiro. Neste momento, o rebanho encontra-se situado nos primeiros 900 metros de um percurso total de 2,3km.
“Um dos pastores me disse que as cabras estão encantadas em fazer suas excursões diárias a Arenberg pra fazer um lanchinho”, comenta Gouvenou.