Entre agosto de 2022 e maio de 2023, as brasileiras pedalaram 37% menos que os homens; a média global é maior, de 55%, mostrando quase um empate entre homens e mulheres
A bicicleta sempre foi um símbolo do movimento feminino. No entanto, os novos dados divulgados pelo Strava — a maior plataforma de esportes do mundo –, mostram que ainda há uma grande lacuna a ser preenchida quando se trata de passar um tempo pedalando. A pesquisa sobre a atividade de ciclismo feminino no Brasil (veja os dados abaixo) aponta que as mulheres andam de bicicleta menos da metade do tempo dedicado pelos homens. As informações, que abrangem todos os tipos de ciclismo, desde o deslocamento até o lazer, foram levantadas antes do início do Tour de France Femmes.Neste domingo, 23 de julho, terá início uma nova edição da corrida, o retorno de um hiato de 30 anos que foi interrompido finalmente em 2022. É possível acompanhar todas as atletas do Tour de France Femmes e informações sobre a competição por aqui.
Como parceiro oficial do Tour de France e do Tour de Femmes, o Strava está focado em atrair mais mulheres para as bicicletas, tanto na linha de partida do Tour quanto em suas vidas cotidianas. Por meio da iniciativa Strive for More, a plataforma investiu mais de 1 milhão de dólares para apoiar as mulheres no ciclismo, seja como modalidade esportiva ou como meio de locomoção. A iniciativa financiou organizações globais como a The Cyclists’ Alliance, que oferece suporte holístico para as mulheres ciclistas durante e após suas carreiras. A doação do Strava levará mais mulheres à linha de partida do Tour por meio do Programa de Mentoria da TCA, fornecendo subsídios para apoiá-las nessas atividades e promover ainda mais o esporte.
“Os dados mostram que as mulheres, de modo geral, dedicam menos tempo que os homens ao ciclismo, seja por lazer ou como atividade física. Até os horários em que isso ocorre são mais restritos, segundo a pesquisa. Essas informações devem orientar as políticas públicas, que envolvem desde segurança nas vias até incentivos e campanhas que tragam mais mulheres para o esporte. Queremos uma maior presença feminina em todas as modalidades esportivas.”, avalia Rosana Fortes, country manager do Strava no Brasil.
Números – Dados do Strava revelam que, no mundo, as mulheres passam 55% menos tempo pedalando que os homens. No Brasil, esse número chega a 37%, em linha com a disparidade de gênero observada globalmente. Esta é uma lista da diferença, para menos, do tempo destinado à bicicleta pelas mulheres, com relação ao tempo de uso por homens, em alguns importantes países:
- Japão: -64%
- Espanha: -62%
- França: -54%
- EUA: -45%
- Alemanha: -44%
- Brasil: -37%
As informações da plataforma apontam que as mulheres são mais propensas a dedicar mais tempo ao lazer de bicicleta do que para locomoção ao trabalho. E há uma diferença significativa. Os homens pedalam 511,02% mais tempo que as mulheres para deslocamento. Segundo os dados extraídos do Strava, entre agosto de 2022 a maio de 2023, os homens passaram 91,74% do tempo usando bicicleta para lazer, enquanto as mulheres usaram 93,61% do tempo.
Outras descobertas importantes da comunidade global de mais de 110 milhões de usuários do Strava incluem:
A luz do dia é um fator chave para o lazer e o ciclismo de deslocamento
- No Brasil, o dia de 2022 em que mais mulheres usaram a bicicleta como locomoção e lazer foi em 25 de janeiro (data que comemora a fundação da cidade de São Paulo).
As manhãs são mais populares do que as noites
- O horário mais comum para mulheres saírem de bicicleta no Brasil é nas manhãs: às 6 horas para deslocamento e às 7 horas para lazer.
- Globalmente, as mulheres têm 23% menos probabilidade do que os homens de registrar qualquer tipo de atividade antes do nascer do sol e 8% menos probabilidade após o pôr do sol.
Top 10 — os segmentos mais populares para mulheres no Brasil
O Strava registrou os segmentos mais famosos pelo Brasil. Veja alguns deles nas principais capitais:
- São Paulo – SP: Ponte Cidade Jardim, Pista do Jóquei, Ponte Hebraica-Rebouças x Cidade Jardim, Estação Pinheiros – Marginal, Eusébio Matoso – Cidade Jardim.
- Belo Horizonte – MG: Lagoa da Pampulha, sprint da Lagoa da Pampulha, KM 16 Lagoa da Pampulha.
- Porto Alegre – RS: Ciclovia Beira Rio, Sprint final Ciclovia Beira Rio, Marinha do Brasil, Parque Gigante, Largo Dom Vicente a Parque Gigante.
- Rio de Janeiro – RJ: Orla de Ipanema – Arpoador, Miguel Lemos a Figueiredo – Orla de Copacabana, Joana Angélica a Teixeira de Melo – Orla de Copacabana, Garcia d’Ávila a Joana Angélica – Orla de Copacabana, Av Vieira Souto.
- Florianópolis – SC: Ciclovia Beira-Mar Norte, Sprint via amiga- Praça de Portugal, Praça Rep. da Grécia,
- Curitiba – PR: Shopping Curitiba – Praça Japão, Subida – praça Oswaldo Cruz, 24 de Maio – Praça Japão.