Prova foi realizada neste último fim de semana, em Les Gets, na França
Quando penso em disputar uma etapa da Copa do Mundo de Mountain Bike, para mim não é aquele negócio de apenas estar dando mais um check em um local fora do Brasil.Por isso, é um pouco frustrante poder chegar a uma etapa em Les Gets, na França, fora das condições ideais, porque é um evento que eu quero desempenhar uma grande performance. A melhor possível. Porém, muitas vezes na vida, a gente quer sempre para ontem os resultados.
A lesão que eu tive na etapa de Andorra da Copa do Mundo, que inclusive me impossibilitou de disputá-la, mesmo que sejam teoricamente “só cinco pontos” no joelho, foi uma pancada forte, que me fez ficar sem pedalar por vários dias, em plena temporada.
Alguns podem pensar ” foi uma simples queda”. Mas, querendo ou não, para um atleta de alta performance, duas semanas contam muito de preparação entre Copas do Mundo, já que é fundamental estar muito em dia com os treinos.
Foram quatro dias totalmente sem bike após sair de Andorra, com viagens de carro e avião, até Les Gets. Não tive descanso adequado e não consegui ter a atenção adequada, mesmo tendo feito fisioterapia, para cuidar da lesão.
De toda forma, poder voltar a competir na França foi algo gratificante. São pequenas conquistas que a gente às vezes deixa passar despercebido, mas 15 dias após a queda pude competir novamente, no XCC e no XCO de Les Gets.
Tive alguns dias difíceis para dobrar o joelho, descer escadas, subir em cima da bicicleta. Não sentir dores e conseguir pedalar em pé, foram conquistas que vibrei nesses dias. Porém, como eu já disse, tudo isso entre duas Copas do Mundo. E eu sei que não é suficiente.
Pensando tudo que passei, a 37ª colocação no Short Track e a 49ª no Cross-Country Olímpico foram resultados que podem ser resumidos de uma forma simples: grande entrega. Esse é o melhor termo possível, diante das condições que passei.
Agradeço demais à minha equipe Squadra Oggi e aos nossos patrocinadores, bem como a CBC, por me darem todo o apoio necessário. A vida de atleta é assim. É um esporte de ação, que sempre vai nos colocar em riscos de quedas ou lesões. Essa é a realidade do mountain bike.
Acabei a prova neste domingo (10) com sangue quente, porque não gosto nada de ser cortada. Não é algo que estou acostumada. De qualquer forma, vou seguir trabalhando para crescer em busca de treinos que me façam evoluir.
Foco também no trabalho mental, porque está sendo uma sequência grande de provas este ano. Um ano atípico, com o desafio grande de ficar tanto tempo longe de casa.
Agora, dias de treinos e testes aqui na França, junto com meu treinador Victor Rielves, para depois participar do Evento-Teste dos Jogos Olímpicos de Paris/2024, dando sequência a meu calendário, que vai até segunda quinzena de novembro.