23 de novembro de 2024
Shimano GRX
Shimano GRX

Shimano registra queda de 22,6% nas vendas em relação ao ano passado

Gigante japonesa assume que a crise poderá ter continuidade ao longo de 2024, principalmente no mercado europeu

Em seu primeiro relatório trimestral de 2024, o fabricante de componentes para bicicletas  Shimano anunciou uma redução de 22,6% de suas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o relatório, a tendência de queda nas vendas deverá ter continuidade ao longo do ano, principalmente no mercado europeu.

Em sua análise, o relatório registra que a demanda por componentes e acessórios para bicicletas continua reduzida devido a consequências da economia global, que obriga a uma nova adequação de oferta e demanda dos produtos. Um exemplo seria o mercado norte-americano, onde o interesse pelas bicicletas continua forte, mas as vendas no varejo de bicicletas completas diminuíram e os estoques do mercado permaneceram elevados.

Crise não superada – Vítima de uma crise que teve início durante a Pandemia do Coronavírus, a indústria ciclística segue atravessando uma zona de turbulências que ameaça todo o mercado. Com seus estoques elevados e baixo índice de vendas, o setor tem afetado não apenas a Shimano, mas também outros gigantes da indústria como a Giant, a Bianchi, a BMC e, mais recentemente, a Kona.

Como fornecedora de algumas das principais marcas do mercado, a Shimano vem sofrendo uma espiral decrescente que teve início logo após o boom de vendas da marca em 2022. De lá pra cá, além da queda nas vendas, o fabricante vem sofrendo uma série de reveses que arranharam a imagem da marca, como a retirada do mercado de 2,8 milhões de pedivelas defeituosos, um ataque hacker que instalou um ransomware em seus sistemas de informática e uma investigação do jornal britânico The Telegraph que acusa um dos principais fornecedores da Shimano na Malásia de utilizar trabalhadores em condições análogas à escravidão.

Apesar dos atuais números, a Shimano prevê um aumento de 7,2% no lucro não operacional em relação à previsão anterior devido não ao aumento das vendas, mas devido à desvalorização das moedas asiáticas em relação ao dólar americano. A previsão de vendas líquidas para o ano inteiro de 420 bilhões de ienes permanece 11,4% abaixo do resultado de vendas de 2023.

Para especialistas no setor, a recuperação dos números de outrora estão diretamente ligados à necessidade da marca voltar a ser protagonista mundial em lançamentos de produtos inovadores, fator que a marca vem perdendo ao longo dos anos para seus concorrentes diretos como a Sram e a Microshift.

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